19 de Maio, 2025 08h05mEntrevista por JORNALISTA CRISTIANO LOPES

Poucas máquinas e muita vontade: Secretário trabalha para reorganizar infraestrutura

Márcio Neves falou sobre a atuação da Secretaria de Obras e Viação na cidade e no interior

Cinco meses após assumir uma das pastas mais exigidas pela população, o secretário de Obras de Ibirubá, Márcio Neves, revelou em entrevista para a reportagem do OAJ a real situação da infraestrutura do município. Maquinário parado, pressão por resultados imediatos, reestruturação interna e planos ousados para reorganizar a cidade — do interior ao asfalto urbano, foram os principais pontos da conversa.

Pouco glamour, muito barro, máquinas quebradas e cobranças diárias. Esse é o cenário que Márcio Neves encontrou ao assumir a Secretaria de Obras e Viação de Ibirubá no início da nova gestão municipal. De lá para cá, entre patrolas paradas, buracos nos bairros e críticas sobre diárias e oficina mecânica, ele comandou um esforço para reorganizar a equipe, restabelecer a mínima estrutura e começar a virar o jogo. O secretário abriu os bastidores da pasta e lançou luz sobre os desafios enfrentados, as soluções em andamento e o que ainda está por vir.
Ao relatar os primeiros dias na secretaria, Neves não escondeu o choque com o que encontrou: patrolas com problemas mecânicos, caminhões encostados, retroescavadeiras paradas e um parque de máquinas operando no limite. “A gente teve que caçar com o gato. Se não tem enxada, vamos com a mão. Se não tem caminhão, vamos com o que dá. Era o que tinha”, relatou. Das cinco caçambas,  quatro estão em operação; as duas retroescavadeiras seguem paradas, com falhas mecânicas graves. Os dois rolos compactadores também estão em manutenção. Para contornar a escassez, a secretaria conta com parcerias pontuais com a Secretaria de Agricultura e prestadores terceirizados.
A pressão da população é constante e se soma a outros desafios operacionais. “O povo não quer saber se tem patrola ou se a máquina está quebrada. Ele quer o serviço feito”, diz Márcio, que recebe pedidos de atendimento já às 6h30. Para isso, conta com uma equipe de cerca de 40 servidores, incluindo operários e coordenadores, cuja atuação tem sido fundamental. Ele citou nomes como Rafael Godoy, Enio Braatz e José Dorival (Escolinha), destacando o comprometimento do grupo. “Dou autonomia, mas exijo responsabilidade. E se for preciso, vou junto para a rua.” Na zona urbana, a zeladoria tem exigido atenção redobrada: são 42 áreas verdes, além de trevos e praças que precisam de limpeza, roçadas e manutenção frequente. A situação deve melhorar com a convocação de oito novos operários concursados e com o uso de equipamentos recém-adquiridos como sopradores, roçadeiras e um trator de corte. Já o recolhimento de galhos e entulhos passou a seguir um cronograma fixo, com regras claras para evitar acúmulos. Márcio também defende punições mais rígidas a donos de terrenos baldios abandonados. No caso da oficina mecânica da prefeitura, interditada por falta de condições, ele  afirmou que um novo espaço será construído junto à futura sede da secretaria, enquanto uma oficina provisória será alugada. Sobre as diárias e horas extras, o controle passou a ser rigoroso: só é autorizado trabalho fora do expediente com registro por escrito. “Recebemos questionamentos do Ministério Público e precisamos responder com seriedade”, explicou.
Mesmo com as adversidades, algumas ações pontuais já vêm dando resultado. Márcio citou a revitalização da Praça Maria Gorete, onde foi reformada a estrutura de madeira e feita limpeza. Um novo projeto está em andamento, com previsão de instalação de chafariz, bancos, arborização e guarda-corpo para proteção do laguinho. ''Ali é o cartão-postal do município'', disse.
Outra frente importante é o sistema de drenagem urbana. A equipe já começou a substituição de tubos estreitos por estruturas de maior vazão, especialmente na General Osório, onde os temporais provocaram alagamentos. Em relação à área rural, a secretaria está atuando em mais de 90 km de estradas no interior, com patrolamento. Márcio garantiu que não haverá cobrança para entradas de lavouras — serviço que, segundo ele, é direito do produtor rural. “Passou a patrola na frente? Peça pro operador. Nós vamos fazer. Nosso compromisso é com o agricultor.”
O secretário finalizou falando sobre os trevos da cidade, onde já foram instaladas câmeras de videomonitoramento e está em fase de projeto a futura instalação de iluminação pública. “Os trevos da Hermany, da Coprel e o secundário da ERS-223 terão iluminação nova. Mas não é simples. O projeto precisa ser aprovado pelo DAER. Depois disso, abrimos a licitação”, finalizou.
 

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