28 de Julho, 2025 09h07mAgronegócio por JORNALISTA CRISTIANO LOPES

Projeto de securitização avança para salvar agro gaúcho, mas alívio será limitado diz vice da Farsul

Com apoio massivo na Câmara dos Deputados, o projeto de securitização das dívidas do agro dá fôlego ao setor produtivo, mas está longe de ser uma solução fácil. Elmar Konrad, da Farsul, esclarece os impactos e as exigências da proposta.

Com apoio massivo na Câmara dos Deputados, o projeto de securitização das dívidas do agro dá fôlego ao setor produtivo, mas está longe de ser uma solução fácil. Elmar Konrad, da Farsul, esclarece os impactos e as exigências da proposta.
“A palavra não é perdão. É renegociação com juro, com prazo, e com tudo sendo cobrado no final”, resume Elmar Konrad, vice-presidente da Farsul, ao explicar os bastidores do projeto de securitização aprovado pela Câmara dos Deputados com 346 votos favoráveis.
Segundo Konrad, o projeto PL 512, de autoria do deputado Afonso Hamm, foi construído com base em dados técnicos da Farsul e articulação política no Senado. A proposta visa reestruturar as dívidas dos produtores afetados por quebras sucessivas de safra, especialmente no Rio Grande do Sul, que teve 456 dos 497 municípios enquadrados nos critérios de emergência.
A fonte dos recursos — um fundo social do pré-sal com saldo residual de R$ 15 bilhões — foi identificada por meio de estudo técnico. “Esse fundo já foi usado no Minha Casa Minha Vida e no Pé-de-Meia. Agora, parte dele pode viabilizar a securitização do agro”, explica Konrad.
Apesar da aprovação, o dirigente faz um alerta. “Não é uma benesse. O produtor terá até 15 anos para pagar tudo com juros. A vantagem é apenas recuperar acesso ao crédito, o que hoje está fechado para boa parte dos agricultores.”
Ele critica quem chama os produtores de caloteiros: “Foram quatro anos de perdas seguidas. Ninguém resiste. Teve produtor que tirou a própria vida. Isso é uma crise humanitária, não só econômica”, desabafa.
Elmar também elogiou o governo estadual pela atuação emergencial. “O governador Eduardo Leite teve coragem ao usar o Funrigs para garantir a prorrogação das dívidas do Banrisul. Se o Estado não tivesse agido, milhares estariam inadimplentes hoje.”
O dirigente defende que o próximo passo é a regulamentação de um seguro agrícola compulsório nacional, inspirado no modelo norte-americano. “A segurança do agro precisa ser política de Estado. Senão, não tem plano safra que resolva.”
 

Publicidade

Notícias relacionadas

Agro gaúcho enfrenta cenário crítico após quebras de safra, mas há sinais de retomada

Em 2026 podemos sim ter um novo cenário diz analista.

26 de Setembro, 2025

Tem serviço para dois vice-prefeitos”, diz Tuta sobre atuação intensa nas estradas do interior de Ibirubá

A manutenção das estradas do interior tem sido uma das prioridades da atual gestão municipal em Ibirubá.

05 de Setembro, 2025

Jovens Brilhantes marca início de projeto para fortalecer a Unicruz como uma universidade comunitária regional

Programa lançado em Cruz Alta pode servir de modelo para que municípios vizinhos

28 de Julho, 2025