15 de Agosto, 2025 09h08mFé e tradição por JORNALISTA CRISTIANO LOPES

Noite histórica na Câmara reforçou união das casas de axé contra a intolerância religiosa

A manifestação foi acompanhada atentamente por todos os vereadores

Representando todas as casas de religião de matriz africana do município, o babalorixá Anderson Antes utilizou o espaço da manifestação popular para defender a liberdade de culto e denunciar ataques preconceituosos.

A noite de segunda-feira (11) entrou para a história da Câmara de Vereadores de Ibirubá. Pela primeira vez, representantes de todas as casas de axé da cidade ocuparam a tribuna, durante a concessão de manifestação popular, para tratar da intolerância religiosa. O plenário esteve lotado, com membros das comunidades vestidos em seus trajes tradicionais e ocupando as cadeiras do espaço legislativo em um gesto de união e visibilidade.
Anderson Antes conduziu a fala em nome de todas as casas ibirubenses, ressaltando que a liberdade religiosa é um direito constitucional e que a diversidade de fé precisa ser respeitada. “Nossa fé é tão legítima quanto qualquer outra. Não estávamos pedindo favor, estávamos exigindo o que a lei já garante: dignidade, igualdade e liberdade. A invisibilização também é uma forma de violência. E não há mais espaço para omissão”, afirmou.
No discurso, ele relembrou que as religiões de matriz africana ainda enfrentam preconceito, desinformação e ataques injustos, citando um episódio recente em que um áudio ofensivo circulou na cidade com acusações sem fundamento contra as práticas das casas de axé. Sem citar nomes, frisou que esse tipo de discurso reforça estigmas e pode gerar violência. “Intolerância religiosa é crime. O que é sagrado para alguns não tem mais valor do que o que é sagrado para outros”, disse.
Ao final, Anderson também destacou um comentário feito por um cidadão que acompanhava a sessão: “Se existisse respeito, nem precisaria lei. Mas, infelizmente, os que desconhecem a história acabam atrapalhando o bem-estar entre os povos e suas diferenças, crenças e credos.”
A manifestação foi acompanhada atentamente por todos os vereadores, que se pronunciaram em apoio à pauta e repudiaram qualquer forma de discriminação religiosa.

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