
De Bogotá a Ibirubá, passando por cruzeiros internacionais e seis anos na China, a história de Bibiana Huanquini é um verdadeiro roteiro de filme, repleto de descobertas, desafios, amor e uma paixão crescente pelo Brasil e sua gente.
Bibiana nasceu na capital da Colômbia, Bogotá, uma metrópole de 10 milhões de habitantes, e carrega em sua trajetória a pluralidade de uma vida marcada por escolhas ousadas. Formada em Psicologia, com mestrado em desenvolvimento e educação, desde jovem alimentava o sonho de conhecer o mundo. “Sempre quis viajar, desde criança. Pensava que estudaria, me formaria e então iria explorar esse mundão cheio de belezas e culturas”, conta.
E foi exatamente o que ela fez. Assim que se formou, Bibiana decidiu trabalhar em cruzeiros, uma opção que unia sua paixão por crianças e sua vontade de desbravar o mundo. “Eu cuidava de crianças e adolescentes a bordo, organizando jogos, festas, atividades esportivas. Era uma vida dinâmica e muito rica, pois cada dia acordávamos em um lugar diferente”, lembra com entusiasmo.
Foi nesse contexto que conheceu Pablo Hilgert, ibirubense, educador físico, também trabalhando nos navios. Os dois se apaixonaram, mas por conta dos contratos de curta duração, não poderiam ficar juntos nos cruzeiros. A saída? Uma mudança radical. “Decidimos ir para a China. Foi uma decisão ousada, mas ficamos lá por seis anos, morando primeiro em Pequim e depois em Hangzhou.”
Durante a pandemia, Bibiana e Pablo vivenciaram o epicentro da Covid-19 com serenidade e respeito às normas. “Tentamos manter a calma. Acho que isso fez toda a diferença”, conta. Na China, Bibiana se reinventou: desenvolveu currículos educativos para crianças e até para bebês, além de publicar dois livros infantis. “Lá aprendi que a gente precisa sempre desenvolver nossos talentos. Não dá para ficar parado, só fazendo a mesma coisa. A vida pede dinamismo”, ensina.
Apesar do tempo longe de casa, Bibiana seguiu conectada à família. Um de seus maiores orgulhos foi ter ajudado a irmã mais nova a se formar em medicina. “Na Colômbia, isso seria impossível financeiramente. Trabalhar fora me permitiu realizar esse sonho junto dela.”
Ao retornar ao Brasil, Bibiana se encantou por Ibirubá, onde casou com Pablo em uma cerimônia especial no Lago das Palmeiras. A família dela veio da Colômbia para celebrar esse momento, que ela descreve como “o dia perfeito”. Agora, ela e Pablo seguem dividindo a vida entre viagens e novos projetos, incluindo iniciativas no setor imobiliário e a possível tradução de seus livros para português.
Bibiana se considera privilegiada, mas não apenas pela sorte. “Tudo o que conquistei foi por escolha, dedicação, fé e esforço. Ninguém pagou minha faculdade, ninguém me ensinou inglês. Eu lutei. E acho que a gente precisa contar a nossa história para nós mesmos de forma positiva, lembrando que cada trabalho tem valor. Desde quem dirige um ônibus até quem cuida de crianças num navio. Cada pessoa tem um papel importante no mundo.”
Encantada por Ibirubá, Bibiana se declara de alma e coração brasileiros. “Viajar é maravilhoso, mas estar perto da família e de gente que te acolhe é um presente. Estou feliz por estar aqui, e sei que a vida ainda reserva muitos caminhos. Mas, por agora, é bom demais estar em casa.”
A reportagem completa com a entrevista está disponível no YouTube do Jornal O Alto Jacuí. É só acessar e conferir — vale muito a pena conhecer essa história inspiradora!