13 de janeiro, 2025 09h01m Saúde Ibirubá por Jardel Schemmer- Repórter Rádio Cidade 104.9

Envelhecimento e prevenção de quedas: Dr. Luiz Alende reforça cuidados com idosos

Especialista destaca o impacto das quedas na saúde dos idosos e a importância de uma rede de proteção física e emocional.

As quedas são a segunda maior causa de morte entre idosos no Brasil, segundo dados do IBGE. De janeiro a outubro de 2023, 387 idosos com mais de 80 anos perderam a vida devido a esse tipo de acidente. Em entrevista, o médico geriatra Dr. Luiz Alende abordou como proteger os idosos e evitar acidentes.

As estatísticas alarmantes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmam que as quedas são uma questão de saúde pública: elas representam a segunda maior causa de morte entre idosos no Brasil. Em apenas 10 meses de 2023, 387 idosos acima de 80 anos morreram após quedas. Outros 349 óbitos foram registrados em pessoas entre 60 e 79 anos. De 2013 a 2023, o número de mortes por quedas quase dobrou, passando de 4.816 para 9.569 casos anuais.
Diante desse cenário, o médico geriatra Dr. Luiz Alende, referência no cuidado com idosos na região, concedeu uma entrevista detalhada sobre o tema, trazendo orientações práticas e reflexões sobre o envelhecimento no Brasil.
“Essas quedas geralmente estão relacionadas à combinação de fatores como perda de massa muscular, chamada sarcopenia, e a fragilidade óssea provocada pela osteoporose. Muitos idosos que se acidentam estão fragilizados física e cognitivamente, e isso requer atenção redobrada de familiares e cuidadores”, explicou o médico.
A queda começa antes de acontecer
Uma das falas mais marcantes do Dr. Alende foi sobre o que ele chamou de “queda invisível”. “Muitas vezes, o idoso não cai porque tropeça ou escorrega. Ele cai porque os ossos já não suportam o peso do corpo. Cerca de 5% das quedas com fratura de quadril ocorrem antes mesmo do impacto no chão. Isso demonstra o quanto a fragilidade óssea precisa ser tratada preventivamente”, destacou.
O médico ainda comentou que, após uma queda, os danos não se limitam à fratura. “Uma fratura de quadril, por exemplo, pode tirar a mobilidade do idoso por meses. Isso causa perda de independência, diminuição da autoestima e até depressão. Muitas vezes, a recuperação física não acompanha a psicológica”, alertou.
Ambientes inseguros: um desafio cotidiano
A casa, que deveria ser um ambiente seguro, muitas vezes é um campo minado para os idosos. “Móveis instáveis, tapetes escorregadios e banheiros sem barras de apoio são algumas das armadilhas mais comuns”, apontou Dr. Alende.
Ele também destacou a importância de ajustes simples que podem salvar vidas. “Instalar corrimãos em corredores, retirar tapetes soltos e usar cortinas no lugar de portas de vidro no box do banheiro são medidas que podem prevenir acidentes graves”, recomendou.
A saúde do idoso é mais que física
Além dos cuidados físicos, o geriatra trouxe uma reflexão sobre o papel social e emocional dos idosos. “Envelhecer deveria ser um momento de celebração. No entanto, muitos idosos vivem isolados, sem uma rede de apoio que lhes garanta segurança e dignidade. A solidão é uma das maiores causas de fragilidade emocional e física”, afirmou.
Dr. Alende também destacou que o envelhecimento ativo, preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), deve ser uma prioridade. “Alimentação saudável, exercícios regulares e qualidade no sono são fundamentais. Além disso, precisamos incluir os idosos na sociedade, valorizando suas experiências e dando-lhes propósito”, reforçou.
Prevenção é a melhor solução
Com 50 anos de dedicação à medicina, Dr. Alende conhece de perto os desafios enfrentados pelos idosos e seus cuidadores. Ele explicou que a prevenção é a melhor estratégia para evitar quedas e outros problemas relacionados à idade avançada.
“A prevenção começa na juventude, com bons hábitos alimentares, exercícios físicos e cuidado com a saúde mental. No entanto, nunca é tarde para começar. Mesmo na terceira idade, é possível mudar o estilo de vida e garantir mais qualidade de vida”, aconselhou.
Ele enfatizou a importância de consultas regulares com médicos de confiança e exames preventivos. “O acompanhamento médico deve ser uma rotina. Exames como densitometria óssea para avaliar a saúde dos ossos e check-ups gerais ajudam a identificar problemas antes que eles se tornem graves”, explicou.
Uma sociedade para todas as idades
Dr. Alende finalizou a entrevista com um pedido de mudança cultural. “Precisamos construir uma sociedade que respeite e cuide de seus idosos. Isso começa dentro de casa, mas se estende para políticas públicas e urbanismo. Precisamos de mais acessibilidade nas cidades, mais serviços voltados para os idosos e, principalmente, mais respeito e amor por aqueles que tanto contribuíram para a sociedade”, concluiu.

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