05 de agosto, 2019 09h08m Entrevistas

Mercado Chinês é o principal importador do Agronegócio brasileiro, diz presidente da Farsul

Em entrevista coletiva na última sexta-feira, 19 de julho, no Restaurante Capital 922, o presidente da Farsul (Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul) Gedeão Pereira e o presidente do Sindicato Rural de Ibirubá Elemar Konrad comentaram sobre os rumos políticos e econômicos do agronegócio para 2019. Segundo Gedeão Pereira, a expectativa com o novo governo é ter um Brasil mais privatizado e aberto à iniciativa privada. Na visão do presidente a função do Estado não deve ser mais do que saúde, educação, segurança e infraestrutura. “As privatizações estão acontecendo e as concessões, já que não há dinheiro para manter, estão se tornando necessárias.” comentou o Gedeão.
No setor do agronegócio a preocupação do presidente Gedeão é o mercado, como os produtos irão chegar e ser disponibilizados. No mercado internacional o Brasil produz para mais de 180 países e isso tem um significado muito forte para o setor. Ele complementa que apesar do Brasil ainda estar em crise, o agronegócio vem crescendo a cada ano. “Se identifica um crescimento contínuo e constante.” Gedeão comenta que “os mercados estão sendo trabalhados para serem abertos lá fora, principalmente os mercados asiáticos. O grande cliente é a China, com mais de 1 bilhão de pessoas e dentro dele a população está em crescimento anual de 7% ao ano. Os únicos países que podem garantir a segurança alimentar da China são os do cone sul, principalmente o Brasil.”
Outra questão levantada sobre o mercado chinês é o crescimento da classe média naquele país. O presidente da Farsul explica que quando isso ocorre, a seletividade nutricional aumenta, as pessoas dão preferência à proteína em sua alimentação e com isso aumenta o consumo de milho e soja. A expectativa do presidente da Farsul é aumentar a exportação para o mercado chinês, pois na criação de animais se torna necessário o uso de grãos para alimentação. Ao comentar sobre a indústria química e os agrotóxicos, o presidente da Federação enxerga com bons olhos, pois a partir da tecnologia a humanidade nunca teve tanta comida disponível. Gedeão explica que “na história as pessoas passavam fome, foi graças a indústria química que a agricultura evoluiu ao que temos agora e hoje a perspectiva das pessoas é para mais de 70 anos, o número de obesos no Brasil já ultrapassa o número de magros. E isso significa que estamos satisfeitos com a quantidade de alimentos oferecidos e a disposição da humanidade, e tudo isso graças ao produtos químicos. O agricultor usa produtos químicos para salvar a lavoura e se não usasse teria miséria. O que faríamos com a ferrugem asiática, por exemplo? Insetos? Se perde a lavoura? Perder lavoura significa fome.”
Ao finalizar a entrevista o presidente Gedeão comenta sobre a estratégia da Farsul de descentralizar suas atividades e fazer trabalhos diretamente com os sindicatos rurais, os eventos Farsul em campo, por exemplo, visam fortalecer as regionais na defesa dos produtores rurais.

Mesmo com queda nos custos de produção, produtores rurais perderam rentabilidade

A guerra comercial entre EUA e China e a peste suína no país oriental influenciaram diretamente nos preços da soja e suínos. O resultado foi uma alta de 6,8% no Índice de Inflação dos Preços Recebidos pelos Produtores Rurais (IIPR) no mês de junho. Esta é a maior valorização do indicador nos últimos três anos. Já a queda de 3,3% na taxa de câmbio foi responsável por uma retração de 0,17% nos custos de produção no mesmo período, conforme o Índice de Inflação dos Custos de Produção (IICP). O resultado vem após três meses consecutivos de alta e é a primeira vez que fica abaixo do IPCA nos últimos 12 meses. Apesar do resultado do último mês, o saldo final é uma queda na rentabilidade dos produtores rurais. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (30/7) pelo Sistema Farsul.
A economista do Sistema Farsul, Danielle Guimarães, explica que o resultado é a soma de dois cenários. “Temos o custo abaixo da inflação, mas os preços também estão abaixo do que nas gôndolas dos supermercados, bem diferente do ano passado. Isso é o que gera a redução de rentabilidade”, comentar. No primeiro semestre de 2019, o IICP teve uma queda de 1,05%, enquanto o IPCA aumentou 2,23%. Já o IIPR até junho acumulou alta de 0,23% contra 2,89% do IPCA Alimentos.
No acumulado de 12 meses, o IICP registrou crescimento de 2,80% e o IPCA, 3.37%. No mesmo período, o IIPR ficou em 2,77%, abaixo do IPCA Alimentos 3,99%. Os diferentes movimentos mostram não haver uma relação direta entre os custos de produção e os preços em geral. Também há distanciamento na velocidade com que os preços são corrigidos nas prateleiras e no campo.

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