Dando continuidade ao processo de liquidação da empresa, a Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa) retomou ontem os leilões de unidades que possui no interior do Estado. Foram oferecidos os dois silos da companhia na cidade de São Gabriel. No entanto, mesmo com preços reduzidos, as ofertas não tiveram proposta formal de compradores.
Hoje às 13h30min irá a leilão a unidade de Ibirubá, oferecida pelo BRDE, que receberá o valor como parte final do pagamento de dívidas da companhia. Nesse caso, porém, não há redução de valor, segundo o BRDE, mas facilidades para pagamento. A planta de Ibirubá está sendo ofertada por R$ 6,44 milhões. Assim como as unidades de São Gabriel, está indo pela terceira vez à venda. Inicialmente o pagamento deveria ser à vista. Na segunda tentativa de atrair investidores o BRDE anunciou a possibilidade de 50% à vista e a outra metade parcelada. Hoje, as ofertas de interessados devem ser de um mínimo de 5% à vista e o restante em parcelas.
Unidade de Ibirubá é rentável, segundo especialistas
Os 64 tubos que compõe o silo da Cesa de Ibirubá estão em bom estado de conservação, fruto da dedicação do gerente da unidade, Leomar Kogler. Ele trabalha na companhia a 42 anos, e conhece cada metro quadrado da imponente estrutura.

A área ao redor do silo recebe cuidados semanais. A equipe de reportagem da Rádio Cidade FM esteve no local na manhã de quarta-feira, enquanto um funcionário cortava a grama dos fundos do terreno.

A casa de máquinas, responsável pela operação do silo, funciona normalmente. O enorme painel de instrumentos, da marca Siemens, é o mesmo da década de 70 e opera até hoje.

Falta alguns investimentos para tornar o silo mais lucrativo na safra. Uma delas é o elevador para descarga de caminhões, que economizaria mão de obra e tempo de operação. Outra solução é um secador novo para dar agilidade no processo de estocagem dos cereais.

Governo imagina uma coisa, realidade nas unidades é outra
Para o governo do Estado, a expectativa inicial era arrecadar próximo de R$ 70 milhões, valor estimado a partir do preço mínimo para as 10 unidades que serão ofertadas em 2019. A unidade mais valiosa, a área de Passo Fundo, ainda está pendente por causa de uma ação civil de reintegração de posse, que aguarda julgamento. Segundo a Secretaria da Agricultura, devido ao interesse do setor imobiliário e à localização privilegiada do terreno, a Cesa espera arrecadar valores superiores ao preço mínimo de R$ 16 milhões estabelecido pela unidade. Em 2017, o mesmo ativo foi oferecido por R$ 22,9 milhões, sem sucesso. “A intensificação nas vendas de novas unidades e a agenda de leilões judiciais confirma o interesse da Cesa e do Estado de cumprir o acordo firmado para quitação dos passivos trabalhistas”, avalia o secretário da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Covatti Filho.

O novo calendário e os antigos problemas
A diminuição da estrutura física da Cesa ocorre desde 2015, com a venda de seis ativos da companhia. – A unidade frigorífica de Caxias do Sul quitou mais de 90% da dívida que a Cesa tinha com o BRDE. Já o valor da unidade de Estação serviu como pagamento de passivo trabalhista em ação individual. – Os terrenos em Júlio de Castilhos, Nova Prata, Palmeira das Missões e Santa Rosa foram partes integrantes de acordo judicial feito com o Sindicato dos Auxiliares de Administração de Armazéns Gerais do Estado do Rio Grande do Sul, que determinou o abatimento de 60% do valor da causa, baixando de R$ 300 milhões para pouco mais de R$ 117 milhões. As próximas unidades da Cesa que serão leiloadas em 2019
Hoje (quarta-feira) IBIRUBÁ (BRDE)* R$ 6.444.000,00
27/03 – 15h SANTA BÁRBARA DO SUL R$ 2.684.286,00
11/03/2019 – 14h ERECHIM R$ 5.184.000,00
A definir
CACHOEIRA DO SUL R$ 5.226.000,00
BAGÉ R$ 2.748.000,00
CRUZ ALTA R$ 5.686.470,60
SÃO LUIZ GONZAGA R$ 21.151.876,00
CAPÃO DO LEÃO R$ 14.766.070,00 –

Fotos: Andrei Grave
Com informações Jornal do Comércio (https://www.jornaldocomercio.com/_conteudo/economia/2019/02/671012-mesmo-com-preco-baixo-leilao-da-cesa-fracassa.html)